sábado, 11 de outubro de 2008

REALIDADE PENSANTE - ATO V - Santa Soledade


Manuela Torres Acosta, ou Santa Soledade, nasceu em Madrid - Espanha, no dia 2 de Dezembro de 1826. A história desta santa espanhola é, antes de mais nada, um testemunho de fé e caridade perante o mundo. Morreu nessa mesma cidade, no dia 11 de outubro de 1887. Em 1851, deu início à congregação religiosa Servas de Maria, cuja finalidade era prestar ajuda aos doentes nos hospitais como enfermeiras. Santa Soledade padeceu muitas dificuldades até à implantação definitiva da nova família religiosa. Esteve presente nos momentos mais difíceis e penosos da história espanhola, como, por exemplo, na guerra civil e na epidemia de cólera de 1885. Durante a vida da santa foram fundadas 46 casas e, actualmente, as Servas de Maria encontram-se espalhadas por todos os continentes. Foi canonizada por Paulo VI em 1970.


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Quantos de nós se interessa pela situação de um doente. Confesso que eu não sou exemplo disso. Contudo, a Igreja não dispõe dos santos somente à título de intercessão, mas também (e à partir) do exemplo de vida deles. É o caso de Santa Soledade, cuja vida conheci há pouco.

De fato, um a fatia pequena da sociedade é formada em medicina ou enfermagem, que são pessoas que receberam do Senhor este dom e fazem uso dele pelo bem do próximo. Mas nós, mesmo sem saber lidar com o doente, clinicamente falando, podemos sim oferecer algo de nós à eles. Seja uma visita, uma demonstração de afeto, um auxílio material, simplesmente companhia... Deus espera de nós uma ação também nestes casos. É a prática da caridade fraterna, que como bem sabemos, dentre as virtudes teologais é a que prevalesce. É o momento de também lembrarmos ao doente de que este momento que passa é um momento de purificação, de profunda adesão ao Cristo sofredor. Lembrá-los que configurando suas dores às dores de Cristo na Cruz em favor de si e da humanidade pecadora obterá grandes graças do seu Sacratíssimo Coração. Um santo da Igreja, ao receber uma incumbência de Deus e sem saber como executar o que Ele queria, começou a pedir aos doentes que visitava que oferecessem suas dores ao Senhor pela sua causa. Sabia que essa prática era agradável aos seus olhos. Vejam quantas coisas podemos fazer por um doente e o quanto um doente pode fazer por nós... Voltemos nosso olhar para Cristo e peçamos à Ele um coração aberto aos nossos irmãos que estão doentes para que, inspirados por Ele, façamos da maneira que lhe aprouver as vezes dEle para nossos irmãos enfermos. Nossa Senhora da Saúde intereceda por nós. Lembremos de seu chamado provocador em Mt 25,43 "Estive doente e não fostes visitar-me".


"Em verdade, vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses mais pequenos, foi a mim que o deixaste de fazer! (Mt 25,45)"


Santa Soledade, Rogai por nós!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

REALIDADE PENSANTE - ANEXO AO ATO IV - Serva de Deus Antonieta Meo


Nunca ouviu falar? E de “Nennolina”, seu apelido em família? Também não? Mas não importa se já ouviu falar ou não. Por favor, leia com atenção estas poucas frases abaixo:



Querido Jesus, Tu que sofreste tanto na cruz: quero fazer muitos oferecimentos e permanecer sempre no calvário perto, perto de ti e de tua mãe (28 de janeiro de 1937).


Querido Jesus – escreve em outra ocasião –, eu te amo muito, quero me abandonar em tuas mãos. (...) Quero me abandonar em teus braços, e faze de mim o que tu quiseres; tu, ajuda-me com a tua graça, ajuda-me, que sem tua graça não posso fazer nada.


Querida Virgem, és tão boa, colhe meu coração e leva-o a Jesus. Ó Virgem, tu és a mesma de nosso coração (18 de setembro de 1936).


Quero receber Jesus das tuas mãos para ser mais digna.


Estou contente porque hoje é tua festa, querida Virgem! (...) Na tua próxima festa e a de Jesus, farei pequenos sacrifícios, e diz a Jesus que me faça morrer e antes que cometa um pecado mortal! (8 de dezembro de 1936, Solenidade da Imaculada Conceição).


Querido Jesus, Tu que sofreste tanto na cruz: quero fazer muitos oferecimentos e permanecer sempre no calvário perto, perto de ti e de tua mãe» (28 de janeiro de 1937)


Quase cem frases como estas constituem um “diário” e precioso legado de uma menina italiana, de Roma, que morreu vítima de um câncer maligno nos ossos e com grandes dores! Um dia, brincando, caiu e machucou o joelho. Mas a ferida não fechava e os médicos diagnosticaram o câncer. Tiveram de amputar-lhe a perna, e a menina passou a usar uma pesada e desajeitada prótese. Continuava alegre e viva. Começou a depositar pequenos bilhetes aos pés do Crucifixo em sua casa. No começo, eram ditados a sua Mãe, depois, escritos em sua letrinha de criança recém alfabetizada. Nasceu em 15 de dezembro de 1930, e morreu num sábado, 3 de julho de 1937, com sete anos incompletos.
Seu testemunho de fé viva e alegre, de superação da dor e do sofrimento na fé e no amor, sua viva esperança tocou os corações de familiares, amigos, pessoal médico. Logo após a sua morte, surgiu um movimento espontâneo de veneração, e as graças alcançadas fizeram que fosse iniciado o processo de beatificação. Em 17 de dezembro passado, Bento XVI autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar os decretos que reconhecem as virtudes heróicas de oito servos de Deus que poderão chegar à honra dos altares, entre os quais se encontra a pequena Antonia. Se chegarmos à beatificação, teremos a bem-aventurada (beata), não mártir) mais jovem da Igreja! Mais jovem que Jacinta, a pequenina vidente de Fátima!
Em Roma existe a «Associação Nennolina» (http://www.nennolina.it) que, além de apoiar materialmente o processo canônico de beatificação, promove estudos e investigações sobre a vida e o pensamento da menina. O corpo de Antonietta descansa em uma pequena capela adjacente à que conserva as relíquias da paixão de Jesus, dentro da basílica da Santa Cruz em Jerusalém, na qual foi batizada e que se encontra no bairro de Roma onde passou sua breve vida.

REALIDADE PENSANTE - ATO IV - Pio XII é exemplo de abandono nas mãos de Deus


CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 9 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- Com ocasião do 50° aniversário da morte de Pio XII, Bento XVI recordou esta quinta-feira o testemunho de Pacelli.
Segundo o Papa, o pontificado de seu antecessor «desenvolveu-se nos anos difíceis da Segunda Guerra Mundial e no período subsequente, não menos complexo, da reconstrução e das difíceis relações internacionais que passaram à história com o nome significativo de ‘guerra fria’».
A postura cultivada «constantemente» por Pio XII, recordou o Papa durante a homilia da missa celebrada na Basílica vaticana, foi a de «abandonar-se nas mãos misericordiosas de Deus», com a consciência de que «só Cristo é a verdadeira esperança do homem» e «apenas confinado nele, o coração humano pode abrir-se ao amor que vence o ódio».
Esta consciência, acrescentou, «acompanhou Pio XII em seu ministério de Sucessor de Pedro, ministério iniciado precisamente quando pairavam sobre a Europa e o restante do mundo as nuvens ameaçadoras de um novo conflito mundial, o qual ele tentou evitar de toda forma».
Durante a guerra, o Papa Pacelli levou adiante «uma intensa obra de caridade que promoveu em defesa dos perseguidos, sem distinção de religião, de etnia, de nacionalidade de pertença política», observou o pontífice.
Decidido a não abandonar nunca Roma, também quando, ocupada a cidade, lhe foi aconselhado repetidamente deixar o Vaticano para colocar-se a salvo, submeteu-se voluntariamente a «privações quanto à comida, calefação, vestes, comodidades», para compartilhar a condição da população duramente provada pelos bombardeios e pelas consequências da guerra».
Pio XII, declarou Bento XVI, «atuou frequentemente de forma secreta e silenciosa, precisamente porque, à luz das situações concretas daquele momento histórico complexo, intuía que apenas desta forma podia evitar o pior e salvar o maior número possível de judeus».
Por estas intervenções, ao término do conflito se dirigiram «muitas vítimas e unânimes reconhecimentos de gratidão», como o da ministra do Exterior de Israel, Golda Meir, que em sua morte afirmou: «Choramos pela perda de um grande servidor da paz».
Em sua homilia, Bento XVI reconheceu que, «infelizmente, o debate histórico sobre a figura do Servo de Deus Pio XII, não sempre sereno, evitou que se colocassem à luz todos os aspectos de seu polivalente pontificado».
Por isso, quis sublinhar alguns documentos importantes do Papa Pacelli, entre eles a encíclica Divino Afflante Spiritu, de 20 de setembro de 1943, que «estabelecia as normas doutrinais para o estudo da Sagrada Escritura, manifestando sua importância e seu papel na vida cristã».
«Como não recordar esta encíclica, enquanto se desenvolvem os trabalhos do Sínodo que tem como tema precisamente ‘A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja’?», perguntou o pontífice.
O Papa recordou também o «impulso notável» imprimido por Pio XII na atividade missionária da Igreja, confirmando o amor pelas missões demonstrado desde o início de seu pontificado, ordenando pessoalmente --em outubro de 1939-- doze bispos de países de missão, entre eles um chinês, um japonês, o primeiro bispo africano e o primeiro bispo de Madagascar.
Também, sublinhou, uma das «constantes preocupações pastorais» do pontífice foi «a promoção do papel dos leigos, para que a comunidade eclesial pudesse valer-se de todas as energias e recursos disponíveis».
«A santidade foi seu ideal, um ideal que não deixou de propor a todos --acrescentou. Por isso, deu impulso às causas de beatificação e canonização de diferentes pessoas, representantes de todos os estados de vida, funções e profissões, reservando amplo espaço às mulheres.»
À propósito disso, durante o Ano Santo 1950, proclamou o dogma da Assunção, indicando à humanidade a Virgem «como sinal de segura esperança».
«Neste nosso mundo que, como então, está assaltado por preocupações e angústias por seu futuro; desta forma, onde, talvez mais que então, o distanciamento de muitos da verdade e da virtude dá lugar a cenários sem esperança, Pio XII nos convida a voltar o olha para Maria assunta em glória celeste», disse Bento XVI.
«Convida-nos a invocá-la com confiança, para que nos faça apreciar cada vez mais o valor da vida na terra e nos ajude a pôr o olhar na meta à qual todos estamos destinados: a da vida eterna, que, como assegura Jesus, quem escuta e segue sua palavra já possui.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

REALIDADE PENSANTE - ATO III - Coerência


Ó tu, quem quer que sejas
que te apercebes que, no fluxo deste mundo,
vais à deriva por entre ciclones e tempestades
em lugar de avançares em terra firme,
não desvies do teu olhar esse Astro resplandecente
para não sucumbires sob a tempestade.
Quando se levanta o vendaval das tentações,
quando vais contra os recifes das tribulações,
olha a Estrela, invoca Maria!

Se és um brinquedo ao sabor das vagas do orgulho,
ou da ambição,
ou do ciúme,
olha a Estrela, invoca Maria!

Se, esmagado pela enormidade dos teus pecados,
horrorizado pela tua consciência o amolecida,
tremendo de pavor ao pensar no juízo final de Deus,
te afundas no remoinho da tristeza,
e te despenhas no abismo do desespero,
pensa em Maria!

Nos perigos, nas angústias,
ou quando assaltado pela dúvida,
pensa em Maria, invoca Maria!
Que o Seu Nome nunca se afaste dos teus lábios,
que o teu coração jamais se afaste d’Ela,
e para obter o socorro da sua intercessão,
não pares de seguir o exemplo da sua vida.
Seguindo-a, nunca te perderás,invocando-A, não desesperarás,
pensando n’Ela, não darás passos em falso.
Amparado por Ela, não cairás
sob a Sua protecção, nada recearásguiado por Ela, não te cansarás
com o Seu auxílio, chegarás ao porto da Vida.

E, assim vais experimentar quão justas são as palavras
da Sagrada Escritura: «E o nome da virgem era Maria.»



(S. Bernardo de Claraval,“Em louvor da Virgem Mãe, II, 17)


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Hoje é quarta-feira, meio da semana. Dia propício para refletirmos acerca da coerência de vida.
Tantas e tantas vezes ouvimos de maneira supostamente atenta a Palavra de Deus nas Missas Dominicais, ouvimos ardorosas homilias que nos enchem de ânimo e força, e no entanto nossas vidas seguem como se Deus não existisse. Resolvi escrever este breve texto justamente hoje, por ser quarta-feira, para que lembremos um fato: ainda há tempo! Se as informações e direcionamentos dados pelo sacerdote na Missa do Domingo já não nos vem mais à mente, não faz mal. Lembremos que há diversos meios para restaurarmos este contato com Deus. Usemos estes meios, sejam eles quais forem, leitura da Sagrada Escritura, recitação do Santo Terço, oração mental etc. , para que - com o perdão da comparação - enchamos nosso "reservatório" com a Graça de Deus e Ele mesmo operará as mudanças necessárias em sua vida. E saiba, deste mesmo reservatório Ele fará surgir o impulso apostólico para que mais e mais pessoas sejam envolvidas pela sua Graça. Deus quer lhe ver imerso em seu Amor, mas também quer usar-nos para transmitir o mesmo Amor. Vale lembrar que em nossas comunidades paroquiais temos Missas durante a semana, portanto, se não queremos perder essa comunhão com Deus entre um Domingo e outro, o método mais eficaz, justamente por ser a atualização do Santo Sacrifício do Calvário, onde renova-se a doação de Cristo por nós, é a participação da Santa Missa. Se é possivel ir, eu lhe digo VÁ. Não perca essa intimidade que Cristo lhe propõe diariamente. A mudança de vida por meio do transporte do que é proposto a cada celebração para as atitudes cotidianas será quase que automática. Digo quase pois Ele fará a parte dele, mas o milagre se dá somente se houver cooperação nossa. Atitude, cristãos!
Quis iniciar este texto justamente com este pequeno texto de São Bernardo de Claraval para que saibamos que ainda há um jeito de permanecermos unidos a Deus durante nossa semana, e este meio é a amizade com a Santíssima Virgem. Peçamos a Ela que interceda por nós neste dia. Que Ela alcance de Nosso Senhor a santa virtude da COERÊNCIA.

Paz a todos.

(Marcio Braga)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

REALIDADE PENSANTE - ATO II - Nossa Senhora do Rosário




Nossa Senhora do Rosário


Viva a Santa Mãe de Deus! Neste dia comemoramos este título em que através dos séculos Nossa Senhora tem sido invocada.
No início do século XIII surgiu na França uma heresia dirigida por dois senhores feudais da região de Albi que desejavam impor as suas idéias por meio das armas. Os Albigenses, como eram chamados seus sectários, queimavam as igrejas, profanavam as imagens dos santos e perseguiam os católicos espalhando o terror no sul da França. Auxiliado por alguns sacerdotes, o cônego Domingos de Gusmão foi encarregado pelo papa Inocêncio III de combater a terrível heresia e reconquistar as almas para a Igreja. Apesar de sua eloqüência e seus esforços, a má vontade dos homens era grande e São Domingos passava as noites ao pé do altar, implorando o auxílio de Deus. Certo dia, enquanto rezava em sua cela, apareceu-lhe a Virgem Maria sobre uma nuvem luminosa e ensinou-lhe um método de oração garantindo-lhe que daria resultados maravilhosos. Assim surgiu a devoção ao Rosário, composto sob a orientação da Rainha do Céu e que em pouco tempo trouxe de volta ao seio da Igreja inúmeros pecadores. São Domingos, a fim de perpetuar o esforço missionário que começara com tão férteis resultados, fundou a Ordem dos Irmãos Pregadores ou Dominicanos, com a missão de propagar a devoção do Saltério de nossa Senhora, que logo se estendeu por diversos países da Europa. A consagração definitiva do rosário foi por ocasião da famosa batalha naval de Lepanto, ganha pela Cristandade a 7 de outubro de 1571. Enquanto a armada cristã lutava desesperadamente contra os turcos, o povo em Roma rezava a oração ensinada pela Virgem Maria. A fim de imortalizar o triunfo das forças cristãs, Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias, cujo nome foi mudado para Nossa Senhora do Rosário pelo seu sucessor, o papa Gregório XIII, que reconheceu no rosário a arma da vitória. No século XIX todo o mês de outubro foi dedicado pela Igreja Católica a esta piedosa oração. A invocação de Nossa Senhora do Rosário é muito divulgada no Brasil, pois existem 113 paróquias a ela dedicadas. Algumas são obras-primas da arquitetura e decoração, enquanto outras constituem apenas modestas ermidas brancas de paredes caiadas, sobressaindo ao lado do cruzeiro arraial. Todas porém são muito queridas pela população. As mais bonitas igrejas dedicadas à Virgem do Rosário são as de Ouro Preto. Um exemplo é a do Caquende, famosa pela sua forma arredondada, ostenta belíssima cantaria do Itacolomi nas faces curvilíneas. A outra, denominada Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Alto da Cruz, mais conhecida como Santa Ifigênia, é o templo definitivo da confraria de negros patrocinada pela Mãe de Deus. A ela se prende a história ou lenda do famoso Chico Rei, soba africano escravizado, que após supremo esforço conseguiu economizar o suficiente para alforriar seu filho e a si mesmo. Trabalhando os dois juntos, chegaram a libertar seus companheiros de tribo. Francisco passou a ser considerado rei de sua gente. Com o dinheiro ganho pela coletividade, adquiriu a rica mina da Encardideira, cujo lucro era repartido entre os libertos, ficando uma parte reservada para alforria dos escravos de outras nações. Recordando os bons tempos da soberania em terras africanas, criaram a festa anual do Reinado do Rosário, quando depois das cerimônias religiosas o faustoso cortejo desfilava pelas ruas de Vila Rica. Tornou-se inesquecível a cena das negras com os cabelos cobertos com o pó de ouro, lavando a cabeça na pia situada junto às portas do templo. O nobre metal depositado no fundo era recolhido como donativo para a padroeira.Não somente os pretos eram devotos da Virgem do Rosário, mas também os pardos e os brancos que construíram várias igrejas em seu louvor, como as catedrais de Itacoatiara, Paranaguá, Santos, Vitória da Conquista etc. Uma das capelas do Rosário mais antigas e ainda hoje uma das mais famosas nos meios culturais e artísticos é sem dúvida a do Embu, próxima a São Paulo. O Embu havia sido outrora uma enorme fazenda pertencente a Fernão Dias Pais, tio do "Caçador de Esmeraldas". Além de Ter dado um filho à Companhia de Jesus, o padre Malagueta, este rico proprietário doou suas terras, onde havia um aldeamento indígena, aos jesuítas para ali formarem um colégio. Segundo antigos documentos, quando a propriedade foi doada aos jesuítas, já ali havia uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário. A atual igreja foi construída em outro lugar e a estátua da Virgem parece Ter sido executada pelo padre Belchior Pontes, que conseguiu "fabricar uma imagem muito perfeita e formosa", conforme os dizeres de seu sucessor. O jesuíta não se contentou apenas em iniciar a construção da igreja e executar a efígie da Mãe de Deus, mas fez também um retábulo de talha, primorosamente lavrado e dourado, que lá se conserva até hoje. Iniciando nos fins do século XVII, o templo de Nossa Senhora do Rosário do Embu só ficou pronto muito tempo depois. O que nele se pode admirar atualmente dá uma idéia do que teria sido no século XVIII, ocasião em que se destacava de seus congêneres dos arredores pela riqueza de seus ornamentos e de suas alfaias. Grande parte daqueles bens foi confiscada após a expulsão da Companhia de Jesus por ordem de Pombal; contudo o povo divulgou uma interessante lenda a respeito. Dizem que antes de se retirarem os padres colocaram o ouro, as pratas e pedrarias num grande tacho e o atiraram das profundezas do rio que se encontra defronte à vila. Nas noites escuras ouve-se o rezar das ladainhas por vultos vestidos de preto. São os jesuítas enterrados na igreja do Rosário que velam pelo tesouro, até o dia que alguém o encontrar nas águas do ribeirão. Sigamos além das lendas populares, pois apesar do desaparecimento das alfaias e objetos de valor, a matriz de Nossa Senhora do Rosário do Embu continua a guardar inestimáveis obras de arquitetura e escultura, fielmente restauradas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, causando admiração a todos os viajantes que procuram o tradicional templo paulista.
Iconografia:
Maria se apresenta geralmente sentada, com o Divino Filho sobre seu joelho esquerdo e segurando um rosário com a mão direita. Como a maioria das efígies da Senhora do Rosário obedecem ao estilo barroco, suas vestimentas possuem panejamentos ondulantes e com ornamentos dourados. Algumas imagens representam a Virgem Maria dando o rosário a São Domingos e em outras, além de São Domingos, aparece ainda Santa Catarina de Sena recebendo o rosário do Menino Jesus. A posição pode ser também invertida, isto é, Maria dá o rosário a Santa Catarina e Jesus a São Domingos, porém esta inversão é mais comum em painéis pintados do que em esculturas. Entre os dois santos é comum o aparecimento do simbólico "cão com archote".

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À recitação do Rosário é que a igreja atribui os seus maiores triunfos, e grata atesta, pela boca dos Sumos Pontífices que, “pelo Rosário todos os dias desce uma chuva de bênçãos sobre o povo cristão”(Urbano IV); “que é a oração oportuna para honrar a Deus e a Virgem, como afastar bem longe os iminentes perigos do mundo” (Sixto IV); “propagando-se esta devoção, os cristãos entregues à meditação dos mistérios inflamados por esta oração, começarão a transformar-se em outros homens, as trevas das heresias dissipar-se-ão e difundir-se-á a luz da fé católica” (São Pio V); "desejamos ver sempre mais largamente propagada esta piedosa prática e tornar-se devoção verdadeiramente popular de todos os lugares, de todos os dias" (Leão XIII).
Pensemos no amor que temos tributado a Jesus por meio da amizade com sua Santíssima Mãe. A Igreja nos dá a graça de hoje celebrarmos sua festa, onde na pessoa de Nossa Senhora analisaremos como temos amado seu Divino Filho.
Para concluir esta postagem, peço-lhes licença para postar algumas máximas do Servo de Deus João Paulo II, de saudosa memória, acerca do Santo Rosário.

1.- "Em sua simplicidade e profundidade, continua sendo também neste terceiro Milênio apenas iniciado uma oração de grande significado, destinada a produzir frutos de santidade."

2.- "O Rosário, com efeito, embora se distinga por seu caráter mariano, é uma oração centrada na cristologia. Na sobriedade de suas partes, concentra em si a profundidade de todo a mensagem evangélica, da qual é como um compêndio".

3.- "Com ele, o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor."

4.- "Mediante o Rosário, o fiel obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da Mãe do Redentor."

5.- "Esta oração teve um posto importante em minha vida espiritual desde minha juventude."

6.- "O Rosário me acompanhou nos momentos de alegria e nos de tribulação. A ele confiei tantas preocupações e nele sempre encontrei consolo."

7.- "Há vinte e quatro anos, no dia 29 de outubro de 1978, duas semanas depois da eleição à Sede de Pedro, como abrindo minha alma, expressei-me assim: «O Rosário é minha oração predileta. Prece maravilhosa! Maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade." [...]
8.- "Hoje, no início do vigésimo quinto ano de serviço como Sucessor de Pedro, quero fazer o mesmo. Quantas graças recebi da Santíssima Virgem através do Rosário nestes anos: Magnificat anima mea Dominum! Desejo elevar meu agradecimento ao Senhor com as palavras de sua Mãe Santíssima, sob cuja proteção coloquei meu ministério petrino: Totus tuus!"
9.- "O Rosário, compreendido em seu pleno significado, conduz ao coração da vida cristã e oferece uma oportunidade cotidiana e fecunda espiritual e pedagógica, para a contemplação pessoal, a formação do Povo de Deus e da nova evangelização."

10.- "...o motivo mais importante para voltar a propor com determinação a prática do Rosário é por ser um meio sumamente válido para favorecer nos fiéis a exigência de contemplação do mistério cristão, que propus na Carta Apostólica Novo millennio ineunte como verdadeira e própria 'pedagogia da santidade': «é necessário um cristianismo que se distinga principalmente na arte da oração»."
11.- "Não se pode recitar o Rosário sem sentir-se implicados em um compromisso concreto de servir à paz, com uma particular atenção à terra Jesus, ainda hoje tão atormentada e tão querida pelo coração cristão."

12.- "No marco de uma pastoral familiar mais ampla, fomentar o Rosário nas famílias cristãs é uma ajuda eficaz para contrastar os efeitos efeitos desoladores desta crise atual."

13.- "Numerosos sinais mostram como a Santíssima Virgem exerce também hoje, precisamente através desta oração, aquela solicitude materna para com todos os filhos da Igreja que o Redentor, pouco antes de morrer, confiou-lhe na pessoa do predileto: «Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26)."

14.- "Maria vive olhando a Cristo e tem em mente cada uma de suas palavras: « Guardava todas estas coisas, e as meditava em seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As memórias de Jesus, impressas em sua alma, a acompanharam em todo momento, levando-a a percorrer com o pensamento os diversos episódios de sua vida junto ao Filhos. Foram aquelas lembranças que constituíram, em certo sentido, o 'rosário' que Ela recitou constantemente nos dias de sua vida terrena."

15.- "Quando recita o Rosário, a comunidade cristã está em sintonia com a memória e com o olhar de Maria."

16.- "...como destacou Paulo VI: «Sem contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e sua oração corre o risco de tornar-se uma repetição mecânica de fórmulas e de contradizer a advertência de Jesus: "Quando rezardes, não sejais charlatães como os pagãos, que pensam que são escutados em virtude de sua loquacidade" (Mt 6, 7)."

17.- "Percorrer com Maria as cenas do Rosário é como ir à 'escola' de Maria para ler a Cristo, para penetrar em seus segredos, para entender sua mensagem."

18.- "...isto diz o Beato Bartolomeu Longo: «Como dois amigos, frequentando-se, costumam se parecer também nos costumes, assim nós, conversando familiarmente com Jesus e com a Virgem, ao meditar os Mistérios do Rosário, e formando juntos uma mesma vida de comunhão, podemos chegar a ser, na medida de nossa pequenez, parecidos com eles, e aprender com estes eminentes exemplos o ver humilde, pobre, escondido, paciente e perfeito»."

19.- "O Rosário nos transporta misticamente junto a Maria, dedicada a seguir o crescimento humano de Cristo na casa de Nazaré. Issso lhe permite educar-nos e modelar-nos na mesma diligência, até que Cristo «seja formado» plenamente em nós (cf. Gl 4, 19)."

20.- "O Rosário promove este ideal, oferecendo o 'segredo' para abrir-se mais facilmente a um conhecimento profundo e comprometido de Cristo. Poderíamos chamá-lo de caminho de Maria."


"Omnes com Petro ad Iesum per Mariam!!!"



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

REALIDADE PENSANTE - ATO I - Opinião do Papa referente à crise financeira mundial



CRISE FINANCEIRA MOSTRA A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA, explica o Papa na Meditação aos bispos no primeiro dia de trabalhos do Sínodo

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 6 de outubro de 2008 (ZENIT.org).- As atuais crises financeiras mostram a importância de construir a vida sobre o fundamento firme da Palavra, explicou Bento XVI, ao começar a primeira jornada do Sínodo dos Bispos.
«Vemos isso agora na queda dos grandes bancos: este dinheiro desaparece, não é nada. E assim todas estas coisas, que parecem a verdadeira realidade com a qual contar, e que são realidades de segunda ordem», explicou o Papa.
Sentado na parte central da Sala do Sínodo, o Papa ofereceu uma meditação durante a oração da hora terça aos 244 padres sinodais presentes sobre o Salmo 118 (119).
«A Palavra de Deus é fundamento de tudo, é a verdadeira realidade. E para ser realistas, devemos contar com esta realidade», assegurou o pontífice.
«Devemos mudar nossa idéia de que a matéria, as coisas sólidas, que tocamos, sejam a realidade mais sólida, mais segura», exortou.
Recordou que no final do Sermão da Montanha, Jesus fala das duas possibilidades de construir a casa de nossa própria vida: sobre a areia e sobre a rocha.
«Sobre a areia constrói quem só constrói sobre as coisas visíveis e tangíveis, sobre o êxito, sobre a carreira, sobre o dinheiro. Aparentemente, estas são as verdadeiras realidades. Mas tudo isso um dia passará», assegurou.
«E assim todas estas coisas, que parecem a verdadeira realidade com a qual contar, e que são realidades de segunda ordem. Quem constrói a vida sobre estas realidades, sobre a matéria, sobre o êxito, sobre tudo o que parece ser, constrói sobre a areia», explicou.
«Só a Palavra de Deus é o fundamento de toda a realidade, é estável como o céu e mais que o céu, é a realidade. Portanto, devemos mudar nosso conceito de realismo. Realista é quem reconhece na Palavra de Deus, nesta realidade aparentemente tão frágil, o fundamento de tudo.»
O arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, explicou depois aos jornalistas que a Palavra convida a ver a economia e as finanças como «uma realidade penúltima».
«É inegável que as demais realidades, quando comparadas com a Palavra, revelam seus limites. São verdades penúltimas, mas não são a verdade última», explicou em uma coletiva de imprensa concedida após a primeira congregação geral do Sínodo.
«O tema de fundo que o Papa tratou não era a atual situação econômica, era a importância da Palavra de Deus no caminho do homem. E, a partir desta luz, as demais dimensões são como névoa e demonstram sua inconsistência», concluiu o arcebispo.

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O Cristo nos advertia para que não ajuntássemos tesouros onde a traça e a ferrugem corrói. Pedia que antes ajuntássemos tesouros no Céu, onde os ladrões não minam enm roubam, pois onde está nosso tesouro, aí está o nosso coração. Qual a fonte destas palavras? A PALAVRA DE DEUS. Sabiamente o Espírito Santo - fonte de toda a Sabedoria - suscitou no coração da Igreja a necessidade de promover a Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos para justamente pensar em novas maneiras de se - com aliberdade do termo - trabalhar a Palavra de Deus entre os povos.
O que resta diante desta crise é a indagação que nos persegue a partir de agora: "Qual a base em que procuramos firmar nossos pés para vivermos? Será a tendência transitória de um investidor? Ou os riscos de uma moeda estável? Ou será que firmamos nossos pés em contratos até então inabaláveis? Onde nos fixamos, para assim podermos ver o que nos restará diante desta crise?"
A questão é a percepção que o homem de hoje - hedonista - tem de solidez. Com base neste princípio pífio de prazer sem medidas unicamente útil para o momento, o que é Eterno (ou Aquele que é) torna-se invisível.
Coloquemos nossas cabeças em atividade para refletirmos sobre esta base em que devemos fixar-nos: A PALAVRA DE DEUS.
(Marcio Braga)
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As cartas estão na mesa para esmiuçarmos estes pensamentos do Santo Padre acerca da crise mundial frente à necessidade premente de apoiarmo-nos na Palavra de Deus.
Eu os aguardo nessa Realidade Pensante!

REALIDADE PENSANTE - Intro


Começamos hoje uma nova etapa!


Abrimos este espaço onde cabeças a 1000 por hora fervilharão em temas envolventes. Assunto não nos faltará, isso é fato.


É o momento de deixarmos de lado esta visão de mundo meramente simplista que envolve nossos dias e demonstrarmos nossa preocupação em trazer à tona esses tais MELHORES DIAS que bem sabemos serem possíveis.


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O Conceito


Um espaço diferenciado onde poderemos conversar sobre nossas visões quanto à realidade buscando sempre guiá-la à luz da Verdade. Uma maioria ignorante rege opiniões nada valorosas para a sociedade moderna. É tempo de considerarmos a utilidade de nossos cérebros em prol de nosso progresso enquanto sociedade. Para isso, deixaremos sempre uma dose de bom humor e surpresas em nosso caminho de pessoas que almejam um mundo novo.

Bem vindo à Realidade Pensante.